A Renault Sport não esconde que o recorde na pista de Nordschleife, em Nürburgring, está nos seus planos. "Não será ainda na próxima Primavera [a época dos recordes], mas estamos muito interessados nesse tema", referiu ao "Aquela Máquina" um dos responsáveis da Renault Sport, sem esconder que "acabámos de lançar um novo modelo desportivo, realizado para garantir todo o prazer de condução, e não é diferente avançar com um novo modelo, com um objectivo definido, e criar um automóvel para bater um recorde. Hierarquizámos as prioridades e cada coisa a seu tempo: para já temos o Mégane R.S., e a partir de agora vamos pensar noutros desafios"...

Sem confirmar o regresso a Nürburgring, onde anteriores versões do Mégane afirmaram o seu carácter, não negou que o Nordschleife está nos planos da Renault Sport. "Estamos a pensar nisso", acrescentou, sem esquecer a tradição dos Mégane na pista alemã.

A marca francesa é uma das responsáveis pela corrida aos recordes dos tracção à frente no Nordschleife (em Nürburgring, na Alemanha), o palco da fama para os automóveis mais rápidos do mundo e onde todos os construtores gostam de medir forças.

2008 – O Mégane R26 R de 2008 é o resultado de uma evolução que começou em 2005, com a primeira geração "apimentada" do familiar da Renault. Este "hatchback", com uma imagem peculiar que nos leva aos tempos da glória do design de Patrick Le Quément, herdou toda a carga tecnológica de uma marca que mudara o mundo automóvel e a competição com a afirmação da tecnologia turbo.

O R26.R de 2008 era uma série limitada, equipada com um motor 2.0 litros turbo de 227 cv. O motor, a caixa de velocidades e o diferencial eram comuns ao R26 "normal", mas tinha alguns painéis em carbono, os vidros foram substituídos por policarbonato e os bancos traseiros, o rádio e o ar condicionado, foram retirados. A Renault ganhou 123 kg e, em Nordschleife, o Mégane R26.R arrasou com uma volta em 8m 16.9 s, semelhante aos 8m 16s realizados na época por um Nissan 240 Z.

2011 – O impacto mediático do recorde foi tal que a Renault não esqueceu o Nordschleife e, três anos depois, os franceses regressaram a Nürburgring com a nova geração do Mégane. O novo R.S. Trophy era mais desportivo do que nunca. Foi pensado como um carro para responder a uma utilização em pista e não como uma evolução de um familiar, como o anterior. Com 271 cv de potência, era o mais potente hatchback da sua geração e uma volta ao circuito de Nordschleife em 8m 06 s esclareceram essa vantagem...

O CONTRA-ATAQUE. As parangonas da comunicação social obrigaram a concorrência a reagir e a Ford foi ao Nordschleife para bater a Renault. O Focus RS garantiu uma volta em 8m 06,3s e a SEAT fez ainda melhor: 7m 58,44s com o Leon Cupra, com Jordi Gene ao volante, o piloto da marca espanhola do Grupo VW, mas não um especialista de Nürburging.

2014 - A Renault respondeu e regressou ao Nordschleife com o R.S. Trophy R, um modelo que, podendo andar na estrada, foi pensado para a competição. Não tinha bancos traseiros e tudo o que poderia pesar foi retirado do habitáculo, mas a "guerra" estava mais aberta do que nunca depois dos 7m 54,5s registados.

Pouco tempo depois, a Honda cumpriu uma volta ao Nordschleife em 7m 50s e em 2016 um VW Golf GTI Clubsport foi cronometrado com 7m 49,21s. Para deixar todas as dúvidas de lado, a Honda regressou ao Nordschleife já este ano e estabeleceu o recorde de 7m 43,8s.

2018 – O novo Mégane R.S. está a chegar a Portugal. Resta saber quando e como a Renault Sport vai abordar o regresso ao Nordschleife. Temos a certeza de que os franceses vão regressar à pista alemã, só não sabemos quando...